Precisamos de sabedoria para viver em comunhão com Deus; para viver em
harmonia na família; para viver com discernimento nos negócios e para viver
fazendo bom uso das palavras.
É um grande desafio falar sobre o falar. O profeta Isaías quando teve a visão de
Deus (Is 6: 1-6) reconheceu que era homem de lábios impuros e que habitava no
meio de um povo de impuros lábios. Assim como Isaías precisamos reconhecer que
somos assim, e que precisamos de um toque de Deus em nossos lábios.
O livro de provérbios está repleto de ensinamentos sobre o falar e como podemos
falar com sabedoria.
1º) Falamos com sabedoria quando falamos pouco.
Pouquíssimas pessoas praticam a dedicada arte de escutar mais do que falar. Em
uma instituição todos querem ser ouvidos e entendidos. Os líderes eficazes
ouvem e procuram entender antes de adotarem uma solução.
A Palavra de Deus em Provérbios nos ensina que não é prudente o falar
exageradamente. “O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das
angústias”. Pv. 21.23. Quem de nós nunca teve o desejo de recolher, caso
fosse possível, alguma palavra que foi proferida? Ah! Se pudéssemos voltar
atrás! É como uma seta lançada no horizonte, como um travesseiro de penas
espalhado ao vento, já não podemos recolher.
Quanto mais falamos menos refletimos sobre o que devemos falar. Pv. 10.19 “No
muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente”.
Há outro provérbio que diz que é brincando que se diz as verdades. Um
alerta especial para as brincadeiras, anedotas ou tiradas muito comuns nas
organizações e relacionamentos em geral. Mt. 12.36 “Digo-vos que de toda
palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do
Juízo”.
Quando falamos muito e o assunto acaba (coceira nos lábios), começamos a falar
dos outros. Pv. 20.19 “O mexeriqueiro revela o segredo; portanto, não te metas
com quem muito abre os lábios”. Tiago 4.1 “Irmãos, não faleis mal uns dos
outros...”.
Para falarmos com sabedoria, precisamos de um toque de Deus em nossos lábios,
assim como Deus tocou os lábios de Isaías.
2º) Falamos com sabedoria quando falamos a verdade.
Deus odeia a mentira porque ela tem origem no inferno e procede do pai da
mentira (Jo 8.44). Não há sabedoria alguma quando de nossa boca saem mentiras,
mentirinhas, ou meias-verdades. Pv. 6. 16-19 “Seis coisas o SENHOR aborrece, e
a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos
que derramam sangue inocente, coração que tramaprojetos iníquos, pés que se
apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que
semeia contendas entre irmãos”.
O ensino de Jesus é claro em Mt. 5. 37 “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não,
não.
O que disto passar vem do maligno”. Fomos chamados para vivermos em um reino de
luz e de verdade. Não pode haver engano ou nada encoberto em nossa vida,
podemos nos enganar ou enganar as pessoas a nossa volta por muito tempo, mas
não enganamos a Deus, o justo juiz. Para falarmos com sabedoria, precisamos
viver na verdade e falar a verdade.
3º) Falamos com sabedoria quando falamos com brandura.
Há pessoas que se comunicam muito sem palavras. Não é apenas o que dizemos, mas
como dizemos. Comunicamo-nos também com olhares, gestos, posturas e tom de voz.
Devemos ter cuidado com a maneira que falamos. Pv. 16.24 ”Palavras agradáveis
são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.”
As palavras ditas sem brandura podem provocar grandes desastres. Pv. 26. 20-21
“Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo maldizente, cessa a contenda. Como
o carvão é para a brasa, e a lenha, para o fogo, assim é o homem contencioso
para acender rixas”.
Como é bom quando em meio a um conflito ouvimos uma palavra de conciliação.
Quando lábios são abertos e temos a impressão de que um balde de água foi
jogado sobre uma fogueira. Pv. 15.1 “A resposta branda desvia o furor, mas a
palavra dura suscita a ira”. Para falarmos com sabedoria precisamos de um
toque de brandura em nossos lábios.
4) Falamos com sabedoria quando falamos para abençoar.
Um livro que me ajudou muito no começo de minha caminhada cristã foi “Há poder
em suas palavras” de Don Gosset. Tudo começou com a palavra: “Disse Deus...”,
tudo recomeçou com a Palavra: “E o verbo (Palavra) se fez carne...”. Foi bom
entender que tudo que falamos gera vida ou morte. “A morte e a vida estão no
poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”. Pv. 18.21.
Tiago 3.10 nos alerta que de uma só boca procede bênção e maldição. Meus
irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim.
Como pode ser isso? De uma mesma fonte jorrar água doce e amarga? Como temos
usado nossas palavras? Para a morte ou para a vida? Para falarmos com
sabedoria, precisamos de um toque abençoador em nossos lábios.
Conclusão
O Senhor Jesus nos ensinou que nossa boca (palavras) reflete o que está cheio o
nosso coração (Mt. 12.34, Lc. 6.45) e que o que contamina o ser humano é o que
sai de sua boca, pois isto vem do coração. (Mt. 15.18) “Mas o que sai da boca
vem do coração, e é isso que contamina o homem”.
Logo, não se trata de cuidarmos das palavras, mas da fonte de onde elas
procedem.
Falar pouco é ter um coração que encontrou descanso em Jesus, falar a
verdade é ter um coração que vive no reino da luz juntamente com Jesus, falar
com brandura é ter o coração invadido e dominado pelo Espírito Santo de Jesus e
falar de forma abençoadora é ter um coração como o coração de Jesus.
Que Deus, em Cristo Jesus, nos dê um novo coração e lábios transformados.