Se eu te pedisse para contar uma
situação em que você tenha se indignado com uma pessoa por prejudicar outra,
tenho certeza que imediatamente você se lembraria de alguém, de alguma
situação, e teria algo a relatar. Mas, e se eu te pedisse para contar uma
situação em que você tenha prejudicado alguém, por menor que tenha sido a sua
atitude, e quem sabe por ela ser tão insignificante (para você é claro) talvez
você não tenha se indignado, ou ao menos se sentiu mal por isso......Você
consegue se lembrar? Você teria coragem de trazer isso á tona?
Davi cometeu alguns delitos durante
seu reinado, e estes “deslizes” fez com que Deus o repreendesse severamente
diversas vezes. Uma das maiores repreensões da parte de Deus foi por causa do
adultério com Bate-Seba e ordem de execução de Urias, marido de Bate-Seba (I Sm
11). Um tempo depois, Deus enviou o profeta Natã ao palácio para falar ao rei
(I Sm 12:1-4):
“Havia
dois homens que viviam na mesma cidade. Um deles era muito rico e tinha muito
gado e ovelhas e o outro, como era pobre, tinha apenas uma ovelha. Um dia, o
que era rico recebeu uma visita e não queria matar nenhum de seus animais para
preparar refeição ao seu hóspede, em vez disso, matou a ovelha do homem pobre
para preparar a refeição.”
No
mesmo instante o rei Davi se indignou com aquela injustiça, com aquela sensação
de impunidade, com aquela desigualdade moral e social relatada pelo profeta, no
que imediatamente Davi, em toda posse de sua autoridade, decretou que o homem
injusto fosse punido. Nesse momento, Davi ouviu algo que o rasgou de cima a
baixo: ESSE HOMEM INJUSTO E VOCÊ, DAVI!
Aquela frase marcaria para sempre a
vida de Davi. Após perceber o seu erro, Davi nem tentou se justificar... Já foi
logo se lançando, arrependido, diante do Pai para buscar o perdão Dele. Foi
desse episódio que se originou um dos mais belos poemas de Davi, os Salmos 51.
O verso 3 do Sl 51, expressa muito
bem a diferença entre um ser humano como Davi (considerado segundo o coração de
Deus) e um ser humano como a maioria de nós: Ele não se esquivou de sua
responsabilidade, antes, se arrependeu diante de Deus! Se Davi vivesse em nossa
época, provavelmente não se enquadraria na categoria do “crente-justo/crente
juiz” (aquele que vive lançando a Palavra para os outros, menos para si mesmo).
O julgamento é uma capacidade e
exclusivamente humana, que deveria ser melhor aproveitada como filtro de
comportamento, mas infelizmente é utilizada de forma equivocada:
- Não deveríamos usar essa capacidade para julgar aos outros, mas sim a nós mesmos.
- O mesmo peso que usamos para julgar às pessoas, deveríamos aplicar a nós mesmos.
Quer um conselho? Converse com o
Espírito Santo para que Ele te mostre se você tem feito vista grossa para seus
erros e colocado outdoor nos erros dos outros. Peça para que Ele te ajude a não
se tornar um “crente duas medidas” para que todas as vezes que você errar, você
perceba e se arrependa diante de Deus.
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